O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, anunciou segunda-feira no Malawi que os dois países vão criar uma comissão conjunta para a resolução da situação dos refugiados moçambicanos abrigados no Malaui, defendendo a necessidade de condições para o seu regresso.
Segundo o jornal Notícias, diário de maior circulação em Moçambique, Nyusi debruçou-se sobre a questão dos refugiados moçambicanos alojados num centro no Malawi, em conferência de imprensa no final de um encontro com os seus homólogos malauino, Peter Mutharika, e zambiano, Edgar Lungu.
“A comissão vai trabalhar nos detalhes para entender a génese do problema e ver como é que os deslocados poderão regressar ao país voluntariamente”, afirmou Nyusi, citado pelo Notícias.
O diário refere que, citando vários relatos, o número de refugiados moçambicanos albergados no centro, em Kapise, baixou de cerca de 11 mil para cinco mil, devido ao regresso voluntário de milhares de refugiados para Moçambique, que não querem ser transferidos para um centro mais distante da fronteira entre os dois países.
Os refugiados moçambicanos alojados em Kapise foram obrigados a fugir do país devido a confrontos entre as forças de defesa e segurança moçambicanas e o braço armado da Renamo, principal partido de oposição, no centro do país.
Moçambique vive uma crise política e militar caracterizada por confrontos entre as forças de defesa e segurança e o braço armado da Renamo e ataques em vários troços da principal estrada do país na região centro atribuídos ao movimento.
A crise foi desencadeada pela recusa da Renamo em reconhecer a derrota nas eleições gerais de 2014 e pela exigência do movimento em governar nas seis províncias onde ganhou nas eleições gerais daquele ano.
Fonte: Lusa