O jornal cita uma fonte do sector para adiantar que a queda dos preços tanto do petróleo como do gás natural tem feito com que as empresas adiem decisões de investimento “uma vez que os clientes não fazem fila para comprar o produto.”
“É o caso clássico do ovo e da galinha em que não é possível estabelecer acordos de fornecimento uma vez que a decisão final de investimento não foi tomada por que não se sabe muito bem quem irá comprar o gás”, disse a fonte citada pelo jornal.
No âmago deste problema está a queda maciça dos preços do gás natural liquidificado ao longo dos últimos dois anos, na sequência de um excesso de oferta que deixou tanto os vendedores como os compradores inseguros quanto à assinatura de contractos de longo prazo.
O jornal escreveu ainda que o caso de Moçambique não é único, com diversos outros projectos a serem confrontados com as mesmas incertezas, se bem que neste caso o grupo operador do bloco Área 1, a Anadarko Petroleum dos Estados Unidos, tenha já assinado alguns contractos de fornecimento de gás.
A decisão final de investimento deverá ser tomada ainda este ano, de acordo com a fonte, podendo a produção iniciar-se em 2021, três anos mais tarde do que foi anunciado pelo grupo indiano Oil and Natural Gas Corporation (ONGC) quando em 2013 adquiriu uma participação no projecto.
A ONGC e a Oil India adquiriram em conjunto uma participação de 10% naquele bloco à Videocon Mauritius Energy Ltd pela soma de 2475 milhões de dólares e dois meses mais tarde a ONGC adquiriu um adicional de 10% à Anadarko Petroleum, tendo pago 2640 milhões de dólares.
O grupo indiano Bharat Petroleum Corporation entrou no projecto em 2008 com uma participação de 10%, em que a Anadarko Petroleum, com 26,5%, funciona como operador.