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Guebuza quer ter sua companhia aérea: Uma mentira conveniente

quinta-feira, 26 de maio de 2016 | 22:46:00 WIB Last Updated 2017-02-03T20:43:34Z



O ex-presidente da Republica, Armando Guebuza, vem sendo achincalhado na praça publica (que inclui aqui esse mundo das redes sociais que, sem qualquer filtro editorial, dissemina os mais terríveis ataques a honra e ao bom nome de gente sem envolvimento criminoso comprovado) por suas responsabilidades politicas no recente endividamento externo.

Guebuza virou motivo de chacota. Textos com ódios e caricaturas exacerbadas circulam velozmente na web. Muitos deles são inocentes. Partem do principio de que ele e o ex-Ministro das Finanças, Manuel Chang, se apoderaram do dinheiro das Ematuns e Proindicus, em créditos contratados sem comunicação à Assembleia  da Republica por causa da natureza pária do nosso parlamento. Até a Directora-Geral do FMI, a francesa Christine Lagarde, embarca nesse mesmo diapasão de espalhar mais achas para a fogueira sem trazer as evidências necessárias, referindo-se ao endividamento oculto como tendo sido corrupto.

Ha dias, uma conceituada publicação, o Africa Intelligente (um braço do Indian Ocean Newsletter, que se publica em Paris), publicou um artigo com o título “Guebuza quer sua companhia aérea”, informando que a Intelec Holdings, do Salimo Abdula, em sociedade com o jurista Abdul Carismo Issa e o Fernando Costa, chegara a acordo com a Legend  Aviation, da Africa do Sul, para formar as Linhas Aéreas do Zambeze.

Se bem que o Salimo Abdula tem essas intenções, o artigo do AI coloca o ex-presidente como o promotor da empreitada. Falsamente. Armando Guebuza deixou de ser sócio da Intellec ha mais de cinco anos e, por isso, não pode estar envolvido neste processo. Ha dois anos, fiz um risk assessment sobre a Intellec para uma firma ocidental contratada para verificar se havia uma ligação entre Armando Guebuza  e a Intellec e ficou comprovado que a parceria havia sido rompida.

O  mínimo que uma publicação daquele espectro devia fazer é o cross checking. Isso é basilar no jornalismo. E mais ainda nessa vertente de jornalismo que reivindica ter acesso a fontes privilegiadas e, por isso, se auto-intitula de “intelligence”.

Mas esse principio do jornalismo tem sido recorrentemente descurado e Guebuza continua a ser aquela carruagem que move os negócios da Intellect,  e agora, mergulhado nos dinheiros da divida oculta, quer ter uma companhia de aviação. O que dirá a opinião publica? O obvio: que Guebuza pretende usar os dinheiros das Ematuns e Proindicius para investir nessa área.

Completamente falso. Mentiroso. Mas é uma mentira conveniente. O AI é uma publicação que circula na mesa de decisores políticos ocidentais e executivos e investidores nas grandes capitais com interesse em Africa. A mentira serve justamente para minar ainda mais a credibilidade de Moçambique e dos seus empresários e políticos, todos eles corruptos sem uma ponta por onde se lhes pegar.

Como disse no anterior post, o jornalismo deve ser repositório da verdade, seja qual ela for. Doa a quem doer. E serve também para denunciar estas e outras mentiras que, ditas repetidamente, se tornam verdades. Verdades mentirosas.
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