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Carta aberta de Nini Satar ao Presidente Filipe Nyusi (8)

quinta-feira, 7 de julho de 2016 | 13:38:00 WIB Last Updated 2017-02-03T20:43:34Z


Carta aberta ao Presidente Filipe Nyusi (8)


Esta é a oitava carta que dirijo à Vossa Excelência, porque estou consciente que, doa a quem doer, o senhor é o Presidente de todos os moçambicanos.

Esta minha intervenção é para manifestar a minha inquietação e, ao mesmo tempo, indignação pela forma como o país está abandalhado. Quer dizer, não há nenhum sector em que as coisas estejam melhores. A justiça está putrefacta, temos a economia em agonia, politicamente nem sei o que dizer porque está uma lástima.

Às vezes me pergunto se o senhor Presidente tem efectivamente assessores? É que os que lhe rodeiam parecem mais pessoas infiltradas, ou seja, de uma outra ala do seu partido que lhe querem ver a afundar o país. E digo isso com muita dor porque Moçambique é meu pais tambem.

Naquele dia da sua tomada de posse, ali na Praça da Independência, o senhor Presidente disse que o povo era seu patrão. E estas palavras não caíram em saco roto. Milhares de moçambicanos viram a sua esperança reacender e passaram a acreditar que o país, desta feita, seria dirigido por uma pessoa que realmente se preocupa com o bem-estar do povo moçambicano. Era pura ilusão. Era o politicamente correcto. O tempo, e não foi preciso muito, provou que o senhor não estava a falar a verdade. Prova disso é o desespero que tomou conta do país.

O senhor Presidente pode não perceber, assim como as pessoas que as tem como assessores não lhe dizem nada: a sua imagem está chamuscada. Está bastante descredibilizada em virtude do rumo que o país está a tomar. Estamos em desgraça e só a cúpula do Governo é que não percebe isso.
Há dias estava em conversa com um dos administradores do Banco de Moçambique. Disse que nos seus cálculos, o dólar, a breve trecho, pode chegar aos 100 meticais. Falamos telefonicamente. Depois de desligar o telefone, pensei comigo em jeito de interrogação: como é que em um ano e meio teremos uma desvalorização da moeda nacional em 300 por cento?
muito senhor Presidente!!!
Porque sou curioso na área económica, liguei para um amigo administrador de um banco comercial. Ele, com toda a franqueza, disse que quase todos os bancos comerciais estão a ficar asfixiados com as novas taxas directoras e depósitos compulsórios, imposição do Banco Central.
Senhor Presidente: está mais do que claro que estas medidas cirúrgicas do Banco Central vão levar os bancos comerciais à falência técnica.

Porque o assunto interessou-me muito, liguei para um outro amigo que é administrador na empresa de telefonia móvel, Mcel. Ele disse que a empresa está de rastos e que a participação que o IGEPE tem na Mcel poderia ir para a TDM para que seja esta a assumir o controlo total. A Mcel, praticamente está falida. E isso é estranho porque de 1997 até 2015 a Mcel sempre estava nas cinco maiores empresas de Moçambique, na pesquisa da KPMG. O que aconteceu? Ninguém, de certeza, virá a público das as explicações necessárias.
E a falência das empresas do Estado atinge também a LAM. E eu pergunto: como é que uma empresa que não tem concorrência nenhuma chega até a dever três milhões de dólares de combustíveis à BP?
muito senhor Presidente não acha?
PETROMOC outra grande empresa tambem esta na beira da falencia esta com dividas austronomicas com transportadoras.

incrivel senhor Presidente!!!!
Será que o senhor Presidente e os seus assessores não percebem que o país está a afundar? Talvez porque o senhor vive lá na Ponta Vermelha, com todas as mordomias, não sente o mesmo que o povo moçambicano sente. Este povo sofrido, que todos os dias anda de My Love, como gado, é que votou no senhor, Presidente. Este povo acreditou que o senhor pudesse mudar o curso da história. E, ao que vejo, o senhor pode vir a ser considerado o pior Presidente que Moçambique teve até aqui. Está a custar-lhe muito capitanear este barco que é Moçambique. O senhor está a ter dificuldades em todas as esferas. Desse jeito, jamais irá descolar!
Por outro lado, temos a guerra que dizima os nossos irmãos no centro do país. Sei que o Governo considera tensão política, mas para os moçambicanos e muita gente de boa fé, aquilo é guerra, sim senhor!
esta coisa de dizerem que e TenÇão politica e musica de criança, todos sabem que aquilo e guera senhor Presidente.

Quantos estragos fez? Até que ponto retraiu o desenvolvimento de Moçambique? São perguntas que tiram o sono de qualquer moçambicano que ama a sua pátria- e eu não fico indiferente.
Há muito tempo que o diálogo político não mostra resultados. A sua Comissão Mista, encarregue de preparar a dita reunião do mais alto nível, não nos revela que consensos tem alcançado. Por mim- e para muitos moçambicanos- o senhor Presidente devia quebrar o protocolo. Devia procurar o senhor Afonso Dhlakama lá na Serra da Gorongosa, e falar com ele pessoalmente.

Não acredito que os mediadores irão acrescentar algo de concreto no nosso entendimento. O entendimento, ou seja, a vontade de alcançar consensos deve reinar nos dois dirigentes. Dhlakama, antes de o Presidente Nyusi imaginar que um dia iria chefiar os destinos deste país, já criava dores de cabeça ao Presidente Chissano. Foi por isso que a Frelimo teve que ceder em várias coisas, nos acordos de Roma.

E esse mesmo Dhlakama é o único interlocutor seu, Presidente, para a paz e estabilidade no país. Dhlakama é conhecido mundialmente como a pessoa que acabou com o ego da Frelimo e trouxe a democracia em Moçambique. É uma pessoa que deve ser ouvida por si, Presidente. Tem que conversar com ele. Espero que não conversem ao telefone porque isso já se mostrou infrutífero: as mortes continuam a existir na zona centro do país.
E, para que fique claro, eu não sou da Renamo. Muito pelo contrário. Sou da Frelimo e muitos nesse partido conhecem a minha militância. Escrevo-lhe esta carta, Presidente, porque estou preocupado com o meu país. Estou preocupado com as notícias internacionais que todos os dias descredibilizam o meu Moçambique.

Na arena internacional somos considerados como aldrabões. E é por isso que o FMI, Banco Mundial e os doadores de sempre nos cortaram o financiamento. É urgente recuperarmos o nosso bom nome. Presidente: é em momentos de crise, como este, que se atesta a capacidade de um dirigente. O Presidente precisa provar a todo o moçambicano que confiou em si, que é o seu digno representante.
Nini Satar
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