Akie Abe não dirigiu palavra ao presidente dos EUA durante jantar no G-20. Trump diz que é porque não fala inglês, mas há quem diga que não é bem assim.
Em entrevista exclusiva ao The New York Times , na passada quarta-feira, o Presidente Donald Trump abordou vários tópicos relevantes, incluindo as tentativas mal sucedidas dos Republicanos de aprovar uma nova lei de saúde e a investigação à Rússia, liderada por Robert Mueller.
Mas um tema em particular ganhou destaque, sobretudo na internet. Em causa estão as declarações de Trump relativas ao jantar do G-20, que contou com mais de 20 líderes mundiais e que teve lugar na Alemanha, onde o Presidente esteve sentado ao lado de Akie Abe, a mulher do primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe. A barreira linguística foi, aparentemente, um problema visto, que Akie não falou durante todo o jantar. Segundo Trump, que se referiu à situação, a primeira-dama japonesa (assim chamada porque não existe presidente no Japão, e a figura mais alta do Estado é o imperador) não sabe sequer dizer um "olá" em inglês.
Mas os internautas não perderam tempo a divulgar um vídeo que mostra Akie Abe a fazer um discurso de 15 minutos, em inglês, num colóquio em Nova Iorque. As imagens foram partilhadas nas redes sociais para desmontar a teoria de Trump, que comentara a aparente inabilidade linguística da mulher do governante japonês.
A duvida instalou-se: terá a primeira-dama do Japão fingido não saber falar inglês para evitar conversar com Donald Trump? Ou Akie Abe preferiu não falar de modo a não cometer erros linguísticos?
É claro, no vídeo em que surge a falar inglês, que Akie consultava um guião e apresentava dificuldades de pronúncia em algumas palavras. Nas viagens aos EUA em que acompanha o marido, Akie é frequentemente acompanhada por um intérprete, falando sempre em japonês em diversas ocasiões.
Fontes do The Washington Post ouvidas a propósito do tema garantem que nunca ouviram Akie falar inglês e especulam que a primeira-dama não se sente confortável numa interação mais elaborada do que uma conversa simples.
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Durante uma visita aos Estados Unidos em 2005, Akie Abe encontrou-se com um pequeno grupo de americanos que ensinavam a língua inglesa no Japão. Também nesse encontro a primeira-dama do Japão não falou em inglês, recorrendo a um tradutor para fazer comentários.
Também em declarações ao The Washington Post, especialistas em assuntos estrangeiros afirmam que, em eventos formais, algumas figuras estrangeiras preocupam-se com o protocolo e com os erros linguísticos se não estiverem a falar na sua língua nativa.