O Presidente da República, Filipe Nyusi, disse ontem que o seu executivo continuará a conversar com a Renamo, para o alcance de um acordo definitivo de paz para o país.
"A paz é possível e só será trazida pelos próprios moçambicanos", declarou o chefe de Estado. Nyusi falava durante um comício na província da Zambézia, onde efectua uma visita de três dias a vários distritos.
Para o Presidente da República, o facto de as negociações de paz terem sido assumidas pelos líderes das duas partes é um forte indicador de que os moçambicanos têm consciência da sua responsabilidade na resolução deste problema.
"O vizinho sempre acompanha, ajuda e assiste, mas a decisão definitiva é feita por nós", acrescentou o chefe de Estado moçambicano, garantindo que o seu executivo "continuará a dialogar com todos aqueles que são intervenientes da paz".
Na quarta-feira, o líder da Renamo, Afonso Dhlakama, disse em entrevista ao semanário Canal de Moçambique, que vai assinar com o Presidente moçambicano um acordo de paz entre Outubro e Novembro.
Apesar de Governo e Renamo terem assinado em 1992 o Acordo Geral de Paz, e um segundo acordo em 2014 para a cessação das hostilidades militares, Moçambique vive ciclicamente surtos de violência pós-eleitoral, devido à recusa do principal partido da oposição em aceitar os resultados, alegando fraude.
Em Maio, o líder da Renamo anunciou uma trégua nos confrontos com as FDS por tempo indeterminado, após contactos com o chefe de Estado moçambicano.